Se não me engano, no dia 14 de Abril, Dia Mundial do beijo, ao deixar escritas umas quaisquer bagatelas acerca de La Fontaine e querendo situá-lo no tempo,referi que foi contemporâneo de D. Afonso VI e de D. Pedro II. Hoje, quando folheava uma obra acerca deste último rei, encontrei nela uma referência interessante para nós, brigantinos.Diz a autora, Maria Paula Marçal Lourenço, que o nascimento do infante D. Pedro fora acompanhado de um estranho "prodígio": o sino da igreja paroquial da aldeia de Sacoias teria começado a tocar sem ninguém lhe ter puxado a corda ou sacudido o badalo.Interessa saber que o orago desta aldeia era - não sei se ainda é - N.ª Sr.ª da Assunção. E a autora continua, dizendo que "...por ordem de D. João(IV)foi a matéria averiguada pelo cabido de Miranda.Obtida a confirmação do facto, nele quis a realeza ver um «sinal de celeste aplauso» pela proclamação régia de N.ª Sr.ª da Conceição como padroeira de Portugal, «favor que à sagrada Imagem da Senhora em que o sino repicou, um vestido de tela branca igualmente vistoso e rico (foi oferecido)».
Ainda a coisa não fica por aqui porque o mesmo sino havia de voltar a ouvir-se em condições semelhantes, em novembro de 1668, quando D. Pedro, em nome de seu irmão "incapaz", D. Afonso VI, tomava conta do reino. Eu, que fizera um retrato tão pouco lisonjeiro do caráter do nosso segundo D. Pedro, parece que tenho de dar o escrito por não escrito, que, por força de tão claros avisos divinos, estava predestinado a servir o país.
Quem havia de dizer! Foi o sino de Sacoias (Imagine-se Sacoias no século XVII !) que repicou e deu conta dos factos. Se tivesse tocado a rebate ou a finados talvez ninguém tivesse ficado maravilhado.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Centenário da morte de Gustav Mahler (1860-1911)
"Uma sinfonia deve ser como o mundo, deve conter tudo."
Esta curta frase de Mahler desvenda o que ele pensava acerca da composição sinfónica. É difícil imaginar um legado sinfónico mais abrangente do que aquele que nos ficou deste compositor, nascido em 1860, na Boémia.
Foi certamente por ser um inovador que, deixando de lado as normas da composição, enveredou por um caminho que nem o público nem a crítica musical aceitaram de bom grado. A sua linguagem musical, aparentemente, serve-se de elementos antagónicos que tanto podem remeter para o mundo do sublime como para a vulgaridade quotidiana. No que diz respeito à orquestração, Mahler também protoganizou frequentes vezes momentos chocantes para a época, pelo recurso a efeitos pouco convencionais.
Foi na década de 60 que Leonard Bernstein concretizou o que o compositor tinha profetizado:"o meu tempo ainda está por chegar".
Como normalmente acontece no mundo das artes, também a Mahler não foi reconhecido o seu talento por parte de alguns dos contemporâneos.
O cinema ajudou ao despertar do êxito da música mahleriana.Luchino Visconti, com o seu filme "Morte em Veneza"- 1971 -(título homónimo do conto de Thomas Mann, apreciador de Mahler e que homemageou atribuindo ao protagonista o nome de Gustav)contribuiu para que o grande público tomasse consciência da obra sinfónica de Mahler ao adotar o Adiagetto da 5.ª sinfonia como banda sonora.
Pode considerar-se que a obra de Mahler constitui o elo entre a música do sec. XIX (Bruckner, Brahms e Wagner) e a do sec. XX(Schoenberg e a 2ª escola de Viena),o que justifica que os vienenses de apurado gosto clássico, se sentissem desconfortáveis nas suas cadeiras ao ouvirem esta música nova, resultante da grande música sacralizada à mistura com elementos da música popular.
Considerado um transgressor, está hoje considerado como um dos grandes músicos de transição do sec.XIX para o sec.XX.
Morreu no dia 18 de Maio de 1911, não tendo podido acabar a sua 10.ª sinfonia
http://youtu.be/_CjoCAemK6Y
Esta curta frase de Mahler desvenda o que ele pensava acerca da composição sinfónica. É difícil imaginar um legado sinfónico mais abrangente do que aquele que nos ficou deste compositor, nascido em 1860, na Boémia.
Foi certamente por ser um inovador que, deixando de lado as normas da composição, enveredou por um caminho que nem o público nem a crítica musical aceitaram de bom grado. A sua linguagem musical, aparentemente, serve-se de elementos antagónicos que tanto podem remeter para o mundo do sublime como para a vulgaridade quotidiana. No que diz respeito à orquestração, Mahler também protoganizou frequentes vezes momentos chocantes para a época, pelo recurso a efeitos pouco convencionais.
Foi na década de 60 que Leonard Bernstein concretizou o que o compositor tinha profetizado:"o meu tempo ainda está por chegar".
Como normalmente acontece no mundo das artes, também a Mahler não foi reconhecido o seu talento por parte de alguns dos contemporâneos.
O cinema ajudou ao despertar do êxito da música mahleriana.Luchino Visconti, com o seu filme "Morte em Veneza"- 1971 -(título homónimo do conto de Thomas Mann, apreciador de Mahler e que homemageou atribuindo ao protagonista o nome de Gustav)contribuiu para que o grande público tomasse consciência da obra sinfónica de Mahler ao adotar o Adiagetto da 5.ª sinfonia como banda sonora.
Pode considerar-se que a obra de Mahler constitui o elo entre a música do sec. XIX (Bruckner, Brahms e Wagner) e a do sec. XX(Schoenberg e a 2ª escola de Viena),o que justifica que os vienenses de apurado gosto clássico, se sentissem desconfortáveis nas suas cadeiras ao ouvirem esta música nova, resultante da grande música sacralizada à mistura com elementos da música popular.
Considerado um transgressor, está hoje considerado como um dos grandes músicos de transição do sec.XIX para o sec.XX.
Morreu no dia 18 de Maio de 1911, não tendo podido acabar a sua 10.ª sinfonia
http://youtu.be/_CjoCAemK6Y
sábado, 7 de maio de 2011
o Trio Maravilha e a maravilha dos jacarandás
O Trio Maravilha e os jacarandás
No caderno “O Inimigo Público,” do “Público”, de 6 de Maio, pude ler :
“O investigador António Barreto, para desenjoar de Silva Pereira e Eduardo Catroga, levou os técnicos da troika à principal atracção lisboeta de Maio: os jacarandás floridos a pingarem ranhoca para os pára-brisas e a asfixiarem com pólenes milhares de doentes de rinite alérgica. Barreto, o maior jacarandeiro vivo, o cronista que se extasia todos os anos com os jacarandás, o poeta que escreveu ‘os jacarandás…aaahhh…os jacarandás…Estão lindos, os jacarandás!’
‘Estou jacarandido’, confessou Poul Thomson. ‘Portugal devia jacarandizar-se’.
Os jacarandás são belos como um excedente orçamental!
Como dizem os nossos cantores, ‘A luta é jacarandá’ “.
Eu, apenas sugiro que se jacarandizem já todos. Eu, já estou mesmo jacarandido.
No caderno “O Inimigo Público,” do “Público”, de 6 de Maio, pude ler :
“O investigador António Barreto, para desenjoar de Silva Pereira e Eduardo Catroga, levou os técnicos da troika à principal atracção lisboeta de Maio: os jacarandás floridos a pingarem ranhoca para os pára-brisas e a asfixiarem com pólenes milhares de doentes de rinite alérgica. Barreto, o maior jacarandeiro vivo, o cronista que se extasia todos os anos com os jacarandás, o poeta que escreveu ‘os jacarandás…aaahhh…os jacarandás…Estão lindos, os jacarandás!’
‘Estou jacarandido’, confessou Poul Thomson. ‘Portugal devia jacarandizar-se’.
Os jacarandás são belos como um excedente orçamental!
Como dizem os nossos cantores, ‘A luta é jacarandá’ “.
Eu, apenas sugiro que se jacarandizem já todos. Eu, já estou mesmo jacarandido.
domingo, 1 de maio de 2011
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