sexta-feira, 20 de maio de 2011

D.Pedro II e o sino de Sacoias

Se não me engano, no dia 14 de Abril, Dia Mundial do beijo, ao deixar escritas umas quaisquer bagatelas acerca de La Fontaine e querendo situá-lo no tempo,referi que foi contemporâneo de D. Afonso VI e de D. Pedro II. Hoje, quando folheava uma obra acerca deste último rei, encontrei nela uma referência interessante para nós, brigantinos.Diz a autora, Maria Paula Marçal Lourenço, que o nascimento do infante D. Pedro fora acompanhado de um estranho "prodígio": o sino da igreja paroquial da aldeia de Sacoias teria começado a tocar sem ninguém lhe ter puxado a corda ou sacudido o badalo.Interessa saber que o orago desta aldeia era - não sei se ainda é - N.ª Sr.ª da Assunção. E a autora continua, dizendo que "...por ordem de D. João(IV)foi a matéria averiguada pelo cabido de Miranda.Obtida a confirmação do facto, nele quis a realeza ver um «sinal de celeste aplauso» pela proclamação régia de N.ª Sr.ª da Conceição como padroeira de Portugal, «favor que à sagrada Imagem da Senhora em que o sino repicou, um vestido de tela branca igualmente vistoso e rico (foi oferecido)».
Ainda a coisa não fica por aqui porque o mesmo sino havia de voltar a ouvir-se em condições semelhantes, em novembro de 1668, quando D. Pedro, em nome de seu irmão "incapaz", D. Afonso VI, tomava conta do reino. Eu, que fizera um retrato tão pouco lisonjeiro do caráter do nosso segundo D. Pedro, parece que tenho de dar o escrito por não escrito, que, por força de tão claros avisos divinos, estava predestinado a servir o país.
Quem havia de dizer! Foi o sino de Sacoias (Imagine-se Sacoias no século XVII !) que repicou e deu conta dos factos. Se tivesse tocado a rebate ou a finados talvez ninguém tivesse ficado maravilhado.

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