Norte do Japão, após a violência das águas ter devastado a terra.
O primeiro balanço oficial de mortos rondava os 600. Dezassete dias passados, esse número ultrapassa os 20 000. Quantos ao certo talvez nunca venha a saber-se. Continuam os "media" a informar-nos de que a situação à volta da central nuclear de Fukushima é confusa e muito perigosa.Hoje,dia em que se verificou uma nova réplica,informam que a água está contaminada bem como as hortaliças dos campos ao sul da cidade e quando se descobriram vestígios de plutónio no pavilhão n.º 2 da central.
Miguel Gaspar publicou na "Pública",no dia 16/Março, uma crónica em que nos dá a sua impressão que as imagens transmitidas pela televisão lhe causaram. Transcrevo excertos:
"Nenhum exército conseguiria igualar estas vagas destruidoras.A fúria que libertam os tsunamis fá-los disciplinados e cumpridores. A água entra em terra e nunca mais para;é um avanço mudo,continuado, impossível de interromper. Vimos a onda gigante inundar a pista de um aeroporto, reduzir localidades a escombros, atirar casas contra casas. Mas mais do que a altura das ondas , mais do que a força que a empurra, o que impressiona é essa força natural com que o oceano reclama a terra como território seu.(...)
Os cascos e as quilhas navegam agora em seco num mar de destroços em terra.Chegam inteiros a esses destinos improváveis e distantes dos litorais, e inteiros contrastam com as casas atiradas ao chão. Mas, mesmo destruídas, as casas estão nos sítios delas. Outras poderão ser construídas. Mas um barco? O que pode fazer um barco em terra?
Ser uma testemunha. Ficar ali a ser prova para o futuro de como o mundo enlouqueceu. De como o mundo é a verdadeira nave dos loucos."
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